quinta-feira, 23 de setembro de 2010

efémera

Acho que sinto algo

Vem um desejo de morrer
Questiono
O desejo persiste

Sim, sinto algo
Quase não posso respirar
Sinto algo
Sinto algo
Tenho pressa

Sigo alto

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Para suavizar: Ação!


" a idéia que não procura converter-se em palavra
é uma má idéia,
e a palavra que não procura converter-se em ação
é uma má palavra"

segunda-feira, 13 de setembro de 2010


pa

vra
lá vai pra lá
hai de mim pra lavar a obrigação de falar
essa tal obrigação em dizer
quando meu desejo é só silencio
tenho de dizer
organizar as letras
as palavras
as idéias
e anuncia-las organizadamente
sou eu vitima dessa obrigação de dizer
explicar
garantir
cada letra que se derrete na minha expressão
sai com um estampido
ainda assim não chego ao fim desse suplicio
as letras saem
e parecem fugir de mim
eu sem fé alguma nessa obrigação
me vejo triste
encurralada entre palavras
logo eu que gosto tanto delas
quando olho esse buraco
que sou obrigada a desfazer
defaço de mim
sofro
haai como dói ser obrigada a dizer...
o silencio seria meu candido
e aqui perseguindo palavras
eu choro com palavras
a dor de ter de usar-las

sábado, 11 de setembro de 2010

belisco

Ela corre pela casa
Seus pés dão pequenos saltinhos no chão de madeira
A manhã apresenta um cheiro
Um tom portentoso
O luminoso silêncio nesse chão
Ela colhe coisas
Ri
Olha pra mim
Sorri
Senta
Deita no chão
Beleza assim
Assim
Será sonho ou estamos realmente aqui?

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

alimento do amor é movimento

Quando digo que só o amor não basta,
Que é preciso o desejo...
Tem quem me diga que sou uma adoradora do galanteio
Mas sei
Se não há empenho
Vontade
Movimento
O amor por si
Acalma-se
Uma calma parada
Sem vento
Amor sem movimento...
Deixa de ter gosto, som..
E como passa tempo
Passa a ser velado
E quando velamos por algo
É porque foi bom
Mas naquele momento já não tem vitalidade
Por isso o fim do amor não contradiz sua veracidade
Apenas seu momento finito